quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Matança

Preparem o matadouro, afiem as facas, amanhã é dia de exames! Prevê-se muito sangue, suor e lágrimas derramadas. Aviso vermelho para o distrito de Castelo Branco.

Vamos lá, equipa! (Por equipa entenda-se os meus neurónios).

Amanhã dou notícias. Se sobreviver.

(como me sinto hoje e sempre)

domingo, 27 de janeiro de 2013

Estética e coisas

Após uma ausência considerável (5 dias sem postar nada é um crime, segundo os experts em blogues de renome mundial), apresento-me novamente ao serviço.

Se faz bem descontrair um pouco, tendo sido, aliás, esse o objectivo pelo qual criei este blogue, a verdade é que o tempo é pouco, e o estudo urge. Ora, portanto, creio não ser possível fazer um update na minha masterpiece, que é como quem diz obra-prima, com uma frequência tão elevada como queria. Mas não vos preocupeis, caríssimos seguidores, continuarão a ouvir de mim.

Ora, como já deveis ter reparado, este espaço blogosférico sofreu uma pequena extreme makeover. No início escolhi um template daqueles pré-definidos e 'tá a andar. Não gostei, era muito escuro, muito impessoal, nada eu, que apesar de ser uma pessoa relativamente calma, até gosto de ir dando nas vistas (mentira). Assim, resolvi afeminar a coisa. Mau resultado: choveram críticas. "Ah e tal, isto não és tu, até fica mal, até pareces uma daquelas meninas mimadas que criou um blogue a documentar a sua árdua tarefa diária de escolher o que vestir e o que combina melhor com o quê, se sapatos com minissaia, ou botas com skinny jeans". Ok, está bem, mensagem recebida. Toca lá a mudar tudo outra vez. Assim, num breve de espaço de dez minutos, em que fiz uma pausa do meu querídissimo e estimado Moore, resolvi modificar a estética disto novamente. Obviamente, não poderia escolher outro tema que não fosse, claro está, livros, os meus melhores amigos. Assim, apreciem a beleza deste novo e renovado espaço, mais sóbrio, menos exuberante e berrante, mais eu. Dúvidas, críticas e sugestões aceitam-se na boxe dos comentários, criada para o devido efeito! (Isto é uma forma subtil de vos pedir, caros leitores inexistentes, que comenteis o meu ainda incomentado piqueno blogue). E é isto de estética.

Só mais uma pequena coisa. Andei por aí a sondar o comum mortal, e constou-me que o título da minha mais nova rubrica, a "Coisas que odeio #tal" afinal não é assim tão apelativa quanto julguei. Fiquei desolada, claro está. O objectivo de qualquer pai é o sucesso do seu filho, e a minha rubrica, aparentemente, não está a consegui-lo. Assim, declaro, a partir deste momento, na qualidade de rainha do Crónicas, renomeada a rubrica "Coisas que odeio" para "Coisas que desgosto". Fim de discussão. E com isto, e por sugestão ainda do comum mortal que andei a sondar, declaro aberta a minha segunda rubrica, o "Coisas que gosto em ser estudante deslocada", criada nos mesmos moldes da primeira rubrica. Chegou até aos meus ouvidos que este era um blogue onde só exibia as minhas desgraças e desprazeres em estudar fora. Desengane-se quem assim pensou, isto até tem as suas vantagens. Mais mais disso depois, que este post já está a ficar comprido e o tempo cada vez passa mais depressa.

Espero ainda ver-vos esta semana, não prometo. Três exames numa semana é dose. Realmente escolhi uma má altura para criar um blogue, valha-me Deus. Vamos indo e vamos vendo.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Coisas que odeio... #1

Estando eu na posse de (quase) todas as minhas faculdades mentais, e na aclamadíssima qualidade de "dona deste blogue", não faria sentido não ter uma rubrica. Aliás, nos variados manuais sobre como gerir um blogue e torná-lo um sucesso, este é um dos pontos-chave: ter uma rubrica.

Assim, inicio a minha rubrica "Coisas que odeio em ser estudante deslocada". O título é um bocado para o grande, e por isso os posts, doravante, serão apenas conhecidos por "Coisas que odeio... #(inserir número da publicação)".

Passemos à acção!

1) Não ter carro ou boleia

Esta é, meus caros, uma das coisas que mais me custam na minha vidinha de estudante deslocada. Primeiro, e para esclarecer, eu não tenho viatura própria. Tenho uma viatura "quase própria", o que é mesmo que dizer "utilizo o bolinhas da minha mãe quando (sempre) que ele está disponível, em troco de favores obscuros (nomeadamente cozinhar e fazer limpezas)". Ainda assim, e considerando que a minha mãe é a melhor mãe do mundo (não inserir sarcasmo aqui, já que isto é inteiramente verdade e eu o digo com muito orgulho), sempre que possível lá vou eu dar uma volta ou outra, no carro antiguinho da minha mãe, de mil novecentos e pouco. No entanto, gozo de uma liberdade maravilhosa cada vez que conduzo. O facto de saber que não dependo de ninguém para fazer o que quer que seja, apenas do dinheiro que exista na carteira para dar combustível ao animal faminto, é algo que me satisfaz enormemente.
Ora, uma estudante deslocada sem viatura própria, claramente não vai para outra cidade estudar e leva o carro da mãe "emprestado" durante a semana inteira. Estudante que é estudante utiliza os transportes públicos!

Mas não é sobre a forma de chegar à minha outra cidade que a primeira intervenção pretende dissertar. É sobre como sobreviver à semana que lá passo.

Como já referi no primeiro post deste blogue, não sou pessoa de exercício. Conclua-se, portanto, que não sou pessoa de andar a pé. Assim, a minha primeira preocupação quando procurei casa por estes lados foi "Será que é perto o suficiente da faculdade?". Bem, encontrei uma casa razoavelmente perto. Vá, é pertíssimo, são 6/7 minutos de caminho desde que saio da porta de casa até à porta da faculdade. Mas, garanto-vos, são os minutos mais penosos da minha vida. Não gosto de andar a pé, chamem-lhe defeito de fabrico, e portanto custa-me andar mais do que 5 metros seguidos.

A coisa até se vai fazendo, quando não chove e até está uma temperatura agradável. E quando fica frio e chove? Aí é que são elas.

As duas últimas semanas têm sido particularmente torturantes, uma vez que a temperatura média tem rondado os 3 graus. Então, sair logo pela manhã e levar com uns agradáveis 2ºC, estampados no mostrador da farmácia, meeeesmo no meu focinho, custa. E não é pouco. É muito. Lá vou eu toda enchouriçada para a faculdade: aqui vão 3 camisolas, duas delas polares, mais dois pares de meias, umas luvas, um gorro e ainda o carapuço do casaco. A coisa faz-se. Pior é quando chove. Tipo hoje. Mais precisamente há meia hora.

Aqui quando chove, chove a sério. Não estamos no litoral, onde caem umas pinguitas só para nos assustar, que isso é brincadeira. Aqui Chove, com C grande. Lá vinha eu, como já disse há uns 30 minutos, da faculdade, toda apetrechada dos mais diversos objectos anti-chuva (galochas, guarda-chuva e afins) e uma carrada de livros em cima para ajudar, até relativamente descansada e pouco molhada, quando há um grandessíssimo condutor idiota, anormal de primeira categoria, que resolve passar mesmo em cima de uma poça de água, justamente a 50cm de mim. O que é que acontece? Aqui a menina leva um valente banho de água gélida, daquela que se sente nos ossos, toma lá que já almoçaste. O horror. Ainda me virei para trás, insultei o condutor "ó seu grandessíssimo fdp, se tu andasses a pé queria ver!", e barafustei com o guarda-chuva no meio do ar. Mas não adiantou, o desgraçado continuou dentro do seu carro, a seguir o seu caminho, sentado confortável e sem apanhar chuva, muito provavelmente com o ar condicionado perto dos 37ºC, para ficar em osmose com a sua temperatura corporal. Animal.

Isto tudo para concluir que esta é apenas uma das razões pelas quais odeio não ter carro, ou até mesmo boleia. Porque, se tivesse, nada disto acontecia. Eu vinha descansada da vida a conduzir o meu carrinho, a mudar suavemente as mudanças e a ouvir a RFM, enquanto os desgraçados lá fora apanhavam uma molha e partiam guarda-chuvas com o vento. Com sorte, ainda fazia a mesma brincadeira do outro de há bocado, e cá vai disto uma tromba de água para vocês que me parece que não tomaram banho hoje de manhã!

Esta vida é triste, e eu não desejo a ninguém. Quero ver quando este país estiver bem enterrado na sanita e não se puder usar o carro e os transportes falirem. Nem quero imaginar.

Nesse dia, deixo de sair de casa.


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Será isto Medicina?

Por vezes, quando estou a ter aulas de uma certa cadeira, dou por mim mesma a pensar para com o meus botões "Mas em que raio de curso estarei eu?". Sim, porque às vezes, este curso parece tudo menos Medicina.

Veja-se o exemplo de hoje. Acabo de chegar de uma aula de Bioestatística. Está tudo muito bonito e tal, é preciso saber contar e definir classes, saber até calcular a média e a moda, não vá o nosso filhote daqui a alguns anos pedir-nos ajuda e nós não o podermos ajudar com os TPC e depois é uma tragédia; tudo bem, mas ainda assim, por que razão tenho eu de saber estas coisas? Será que, quando começar a atender os meus pacientes, vou pensar, antes de mais, na média da idade das pessoas que procuram a minha assistência, ou se a altura da D. Dolores está no primeiro, segundo ou terceiro quartil? Não digo que não seja importante, óbvio que é, daí existir a ciência da Demografia, mas aí reside a questão: Demografia, não Medicina! Vai-se a ver, e se perguntarmos aos alunos mais velhos o que era a Bioestatística, a única coisa que eles se recordam é que foi uma cadeira de Matemática, mais uma daquelas chatas e irritantes que, apesar de não ser muito difícil, exige estudo, e sobretudo tempo, algo muito valioso nesta nossa vida de estudante deste curso.

Outra coisa que me causa espécie  nesta cadeira é ela ser leccionada no primeiro ano. O que vai acontecer é simples: vou estudar para a dita cadeira, passar (espero eu, se não passar a coisa está negra), e mais para o final do curso, quando estas ferramentas me forem úteis para a minha tese de mestrado e eu já não me lembrar delas, vou ter que recorrer a meios ilícitos para a concluir (nomeadamente aquelas empresas espectaculares que fazem o tratamento de dados estatísticos, é só mostrar as notinhas reluzentes na carteira). A ver vamos, espero até lá ficar a perceber um pouco mais disto.

Será que isto quer dizer que, para além de médicos, também seremos matemáticos, filósofos, historiadores ou artistas? Se assim for, menos mal.

E assim concluo a minha primeira dissertação no campo das frustrações e inutilidades médicas, esperando que seja do vosso agrado, caros leitores inexistentes.

Amanhã volto, um pouco menos senil do que hoje.




Teste 1,2,3


Soltem-se os foguetes, inicie-se a festa, a minha pessoa resolveu aventurar-se no mundo da blogosfera!

Segue uma breve apresentação: sou uma estudante de medicina deslocada, vai daí passo o dia com o nariz enfiado nos livros. Depois de experimentar facebooks, hi5s, fotologues, farmvilles e outros que tais, eis que me decido experimentar nestas novas andanças. Tenho cá para mim que, ou isto corre muito bem e eu consigo estudar 3047 páginas como fazia dantes e ainda ir escrevinhando umas coisitas por aqui, ou daqui a meia dúzia de dias bye bye internet. O que conta é a intenção e o esforço.

Considerações gerais nº1: sou dona e senhora deste meu novo legítimo espaço, e portanto toda a cagada que me vier à cabeça e me apetecer pôr aqui eu ponho!

Considerações gerais nº2: Porquê um blog? Pois bem, uns fazem desporto, outros vão para os copos, outros fumam, eu... vou escrever! E repito, aquilo que me apetecer e bem entender. Tudo com uma pitada de humor negro e sarcasmo, mesmo à minha medida, mas, ainda assim, este não passará de um espaço onde descarregarei as minhas frustrações e alegrias de cada vez que conseguir ter 10 a Anatomia (loucura!) e partilharei um pouco da minha experiência como estudante deslocada, a viver longe dos paizinhos e das mordomias a que a maioria de nós está habituado.

Está na hora de voltar à vida real, os livros berram e chamam por mim.

Até já.